Vou colar aqui um post meu lá da Valinor, num tópico de recomendação de livros sobre o Japão medieval. Acho que já pode te ajudar, principalmente se tu ler em inglês.
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Detalhe que
Shogun é literatura inglesa, escrito por um escritor inglês. É tipo um escritor brasileiro se meter a escrever uma história que se passa na Inglaterra vitoriana: ele nunca vai ter o mesmo
insight de um Charles Dickens, por exemplo, nem que seja pelo simples fato de não ser inglês.
Dito isso, o negócio é ir nas fontes. O problema é que, ainda que nos últimos anos tenha-se traduzido bastante literatura japonesa para o português, essas obras não têm como cenário o Japão medieval (a maioria pega do final do séc. XIX em diante). Uma exceção são os contos de Ryunosuke Akutagawa, que tem uma edição pela editora Hedra,
Rashômon e outros contos.
Se souber ler em inglês, a coisa melhora, principalmente por ser possível encontrar traduções de obras clássicas, escritas elas mesmas no período medieval. Dentre as inúmeras, sugiro o
Heike monogatari, épico militar que trata da luta (verídica) entre os clãs Taira e Minamoto pelo domínio do Japão no séc. XII e
Gikeiki (que tem uma tradução em inglês como
Yoshitsune: A Fifteenth-Century Japanese Chronicle, feita por Helen Craig McCullough), que é o relato da vida do mais célebre dos Minamoto, uma das figuras mais emblemáticas e lendárias da história do Japão, cuja importância dada pelos próprios japoneses fica bem acima daquela dada ao Musashi.
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Fora essas, ainda nas traduções em inglês, há outras obras clássicas escritas no período pré-shogunato (ou seja, antes do ano 1192, quando começou o shogunato Kamakura), chamado de período Heian (794-1185). Entre elas estão
Kojiki e
Nihon Shoki, que reúnem os mitos de criação e formação do Japão;
Genji monogatari, de Murasaki Shikibu, considerado o primeiro romance do mundo (escrito por volta de 1021); e Makura no Soshi, de Sei Shonagon (do ano 1002), e pelo menos esse possui duas traduções em português como
O Livro de Travesseiro, uma feita por Andrei Cunha (que aliás foi meu professor de literatura japonesa na UFRGS) e publicada pela editora Escritos, e outra recém-lançada pela Editora 34, feita por Geny Wakisaka, Junko Ota, Madalena Hashimoto Cordaro, Lica Hashimoto e Luiza Nana Yoshida.
Espero que isso já sirva para algo.