Inesperado eu vir aqui só pra abrir este tópico? Sim. Mas já que tô aqui, termino o serviço, néam!
Este é o primeiro
Batismo Cultural que rolará na Sociedade do Pastel - a Idril não visou ninguém, o papo só ficou entre a equipe porque ela é lerda demais. Enfim, vocês a conhecem e uma hora sairá um mega texto explicando WTF é esta nova seção no fórum, bem como qualquer outra novidade.
Espero que gostem deste daqui, porque não foi nada fácil fazê-lo sem ficar com fome e sem ficar irritada com o tamanho das fotos e muito o mais - fora a preguiça pra resumir algumas partes.
Junho, o mês do frio em partes do Brasil e muito calor mundo afora. E o homem teve a GE-NI-AL idéia de criar as festas juninas nesta época: quentão pra aquecer os corações (dos bêbados), muitos doces e guloseimas para manter o corpo firme e forte (e gordo, mas foda-se, me empanturro mesmo de paçoquinha, doce de abóbora e maçã do amor).
Passem vontade aí, bees:
Tem mais ainda.
(Deu fome e a única coisa que tem de doce por aqui é açúcar.
)
Indo pra parte cultural: festas juninas não são festas tão tipicamente brasileiras; o jeito como comemoramos que é único, claro: não comemoramos somente o dia de São João, mas de tudo quanto é santo que surgir no mês de junho - e se deixarem, os de julho também (eta povo desocu.... ops, festeiro!).
É um ritual feito especialmente a São João e comemorado em vários países mundo afora, dentre os quais: Dinamarca, Estônia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Noruega, Suécia, países aonde as celebrações são tão importantes quanto por aqui; também é possível encontrar festanças em outras partes, como Irlanda, Reino Unido, França, Itália, Malta, Portugal, Espanha, Ucrânia, Canadá, Estados Unidos, Porto Rico e Austrália. Daí o motivo por lá fora ser conhecido como
St John's Eve.
A fogueira junina é de origem pagã: é uma antiga tradição de celebrar o solstício de verão. Muito comum nas festas de São João européias - e nas juninas brasileiras embora não estejamos NADA preocupados em celebrar solstício ou equinócio de *orra alguma. A igreja católica deu uma cristianizada no costume, afirmando que o ato de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha raízes num acrodo feito entre as primas Maria e Isabel: para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e obter auxílio após o parto, Isabel (não a nossa, gente) teria de acender uma fogueira sobre um monte.
#wikipédia adaptation feelingsFogueiras são coisas legais para os finlandeses nesta época. Talvez seja o ritual junino mais levado a sério por eles, além do fato que eles passam o dia de São João festejando pela cidade afora.
O uso de balões é um costume meio que português e brasileiro. Na verdade, é bem mais português. O costume foi trazido para o Brasil através dos portugueses, mas quem tem o hábito pejorativamente português de soltá-los criminalmente somos nós, os brasileiros. (
). O mesmo vale para os fogos de artifício, rituais que ocorrem em Portugal e Brasil respectivamente - mas aprecem ter muito mais importância no Nordeste brasileiro.
O Mastro de São João (em Portugal, Mastro dos Santos Populares) é erguido para celebrar os três santos da festa junina: São João, Santo Antônio e São Pedro. Foi mais um dos costumes pagãos a ser cristianizado: o ato de erguer o mastro tem origens na tradição pagã "mastro de maio", costume ainda vivo em partes da Europa. Importante falar que o levantamento do mastro em maio em Portugal também é erguido em junho para celebrar as festas deste mês - idem para o
majstången, na Suécia.
E sobre a Quadrilha? Ah, as quadrilhas e suas danças que fazem muita gente pagar mico e se divertir também! É um assunto longo: a quadrilha brasileira tem como origem a dança francesa "quadrille", que era uma dança bastante popular na França até meados da Primeira Guerra Mundial e tem como orignem a "contrandanse", que por sua vez desenvolveu-se a partir de uma dança inglesa campesina do século III (ou seja, faz tempo). A dança chegou em nosso país graças a gente rica e fina da época: depois que foi cair no gosto popular, pra variar (porque a maioria das coisas naquela época eram assim: os ricos aproveitavam, "aprovavam" e a ralé só curtia depois - vide o futebol).
Com o tempo, a quadrilha se fundiu com danças e ritmos brasileiros e teve evoluções (entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.
#Wikipédia AgainGraças a esse contato com diferentes danças do país desde o século XIX, a Quadrilha sofreu influencias regionais e ganhou diversas variantes, dentre as quais cito a Quadrilha Caipira (São Paulo), o Saruê (centro do Brasil), Mana-Chica (Rio de Janeiro) e o Baile Sifilítico (Bahia).
Em geral, para a prática da dança é importante a presença de um mestre "marcante" ou "marcador", pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores devem desenvolver. Termos de origem francesa são ainda utilizados por alguns mestres para cadenciar a dança.
A caracterização é algo importante na Quadrilha: o mais comum, como estamos CANSADAS de saber, é a caracterização caipira. Aliás, numa festa junina tipicamente brasileira, até quem não se arrisca na quadrilha costuma ir vestido meio que caipirês pras festas. Taí abaixo um guia pros gringos que estão de passagem pelo Brasil e não sabem ou não entendem a essência das festanças juninas por aqui quanto ao vestuário.
Voltando a Quadrilha, é de lei ter um casamento fictício. E esse "costume teatral" tem também origens européias: liga-se as festas de São João que ocorrem por lá, que também celebram uniões matrimoniais. No final das contas, aqui deu pra sacar um pouco de como soa os festejos juninos pelo menos em boa parte da Europa também: fogueiras (ou balões), mastros, casamentos (fictícios ou não) e quadrilha.
Aliás, falando em Brasil: é comum termos outros estilos musicais marcando presença nas festas: forró, baião, xote, xaxado e sertanejo.
Aqui tá uma foto roubada da Wikipédia de como a cidade de
Porto em Portugal fica em festa de São João. Parece Ano Novo na Avenida Paulista, néam!
AInda em Portugal, uma foto tradicional das festas por lá - algo que é encontrado por aqui também em comuidades portuguesas (duh).
França? Féte de la Saint-Jean!
Canadá, mas precisamente em Quebec - muitas similaridades com as festas francesas, pois boa parte do Canadá tem ascendência francesa.
Na Estônia, um grupo em trajes típicos para o St John's Eve - dá pra perceber que neste quesito pouco muda-se de Portugal para certos países europeus:
Fonte:
http://balticreports.comE pra finalizar nosso primeiro batismo cultura,
FESTA JUNINA DA TURMA DA MÔNICAAAAAAAAAA!!!
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